Do seu pai: histórias de um pai para seus três filhos
"O que une é essa coisa inexplicável que faz a gente acreditar que o mundo tem solução". Essa frase, escrita por Pedrinho Fonseca aos apoiadores de seu livro no Catarse, mexeu muito com a gente, do Casacadabra. E tomadas por essa energia positiva de união por uma causa (que o financiamento coletivo nos traz), resolvemos ajudar a espalhar aos quatro ventos o Do seu pai.
O livro de Pedrinho traz histórias que retratam pequenas descobertas sobre como é ser pai dos filhos João, Irene e Tereza, e deixar a eles conselhos e histórias para lerem hoje e relembrarem amanhã. Os textos vêm de seu blog, de mesmo nome, e começaram a ser escritos em 2013 – o livro terá mais alguns textos inéditos.
A princípio, o Casacadabra e o Do seu pai não têm nada em comum. Arquitetura versus relatos de um cotidiano familiar; cidade versus conselhos de pai. Pois olhe com mais delicadeza para essa dupla. Pedrinho escreve seus textos pensando em formar bons cidadãos hoje para transformar nosso amanhã. Nós, do Casacadabra, queremos ensinar as crianças hoje para habitarmos com qualidade nosso amanhã. Juntos, queremos cidades e cidadãos mais humanos.
O Do seu pai já atingiu sua meta no Catarse. Mas ainda está lá, até dia 20 de maio. Aproveite para levar para casa um pouco de poesia e vontade de mudar o mundo: catarse.me/doseupai
Aqui, um dos textos de Pedrinho para João.
João,
ontem você fez a coisa mais importante da semana –acho– bem ali, embaixo de um carro. A gente jogava bola – (…) você, Tomé, Dodó e eu, ali, jogando, brincando, uma alegria.
Eis que a bola correu sem controle depois de um pontapé meio canelado da nossa lateral direita mais linda da zona oeste, Dodó. E a bola saiu em disparada até esconder-se, presa entre o chão de concreto e o fundo de metal do carro de Pio, distante de nós. Fiquei olhando sem me dar conta do que estava prestes a presenciar. Você agachou, olhou onde estava a bola e veio o lance mágico do dia, filho.
Você deitou no chão, esticou a perna, criando uma alavanca, tirou a bola com classe e voltamos a jogar. A vida resume-se a isso, filho. Quando algo prende a bola, a gente precisa correr atrás, usar as alavancas, devolvê-la para o jogo rapidamente e continuar como se nada tivesse acontecido. Será assim nos seus relacionamentos, nos seus trabalhos, com os seus amigos, com a gente, sua família. Bola sempre para a frente.
– Toca, toca, estou livre aqui na esquerda.
Do seu pai, Pedro